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Sabores escondidos no jardim

Parece mato, mas é de comer!

Vitória-régia: cheia de encantos e muitos sabores
Elas estão espalhadas pelos jardins, canteiros, parques e até no quintal de casa, mas muita gente não sabe que aquela plantinha, às vezes até usada na decoração paisagística, também é uma rica fonte de nutrientes. O “matinho” pode ser muito mais do que se pensa.

As PANC’s – Plantas Alimentícias Não Convencionais – por muito tempo passaram despercebidas ou desconhecidas pela maioria da população. De acordo com o biólogo e pesquisador Valdely Kinupp, pioneiro no assunto no Brasil, foram identificadas 351 espécies de PANC’s em terras brasileiras, mas a estimativa é que existem aproximadamente 30 mil tipos de vegetais comestíveis espalhadas pelo mundo.

Algumas plantas que hoje são pertencentes à esta categoria são bem conhecidas entre as classes mais populares. É o caso da taioba, serralha e ora-pro-nóbis, que pra muita gente, eram usadas como acompanhamento ou prato principal. Com o crescimento do agronegócio e a falta de contato com a natureza, elas foram sendo esquecidas e trocadas pela gama de hortaliças oferecidas, mas hoje, estão de volta com total força e prestígio entre nutricionistas e famosos chefs de cozinha.


Para esses profissionais, colocar as PANC’s em evidência e disseminar as informações sobre sua composição nutricional é uma forma de estimular o seu consumo e contribuir para a erradicação da fome no mundo. 

Fazem parte do grupo, plantas exóticas, cultivadas e espontâneas, na forma de sementes, raízes, folhas, castanhas, flores e frutas. Partes de frutas, como o coração e o umbigo das bananeiras também são consideradas PANC’S. Relacionamos seis espécies que já fazem parte da dieta de várias pessoas e do cardápio de restaurantes.  Conheça e permita-se experimentar esses alimentos. Quem sabe não começam a fazer parte de suas refeições também, não é mesmo?

Serralha (Sonchus oleraceus)
Muito usada crua em saladas ou cozida, a serralha é muito popular. Suas folhas possuem propriedades digestivas, ricas em vitaminas A, D e E, e recomenda-se o uso das folhas mais novas, por não serem tão amargas. É indicada para desintoxicar o fígado, estimular a digestão, aumentar a produção da bílis, aumentar o apetite e combater a dor de estômago.
Serralha
Taioba (Xanthosoma taioba)
Pertence à família botânica Araceae, a mesma do inhame e da planta comigo-ninguém-pode. Pode ser usada em sua totalidade e consumida no preparo de bolinhos, omeletes, recheios e refogados diversos. As folhas são ricas em vitamina A, que ajuda a melhorar a visão e a saúde ocular. Também concentra alto teor de vitamina C, que fortalece o sistema imunológico e protege o organismo de várias doenças.
Taioba
Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata) 
Popularmente conhecida como “carne de pobre”, seu nome vem do latim e significa “rogai por nós”. Suas folhas são saborosas, ricas em proteínas e quando secas e trituradas, enriquecem massas de pães e macarrão. Também possui fibras, ferro, fósforo, vitaminas A,B e C. Na forma de chá, pode ser usada como depurativa do sangue e tônica, sendo eficaz no tratamento de cistite, úlceras, queimaduras, problemas de pele e processos inflamatórios.
Ora-pro-nóbis

Picão (Bidens pilosa)
É rico em proteína, fibra, ferro, magnésio e alto teor de cobre. Também é analgésico, antimalárica, bactericida, imunoestimulante, anti-inflamatório e anti-hipertensivo. É muito utilizado na forma de chá, mas suas folhas e ramos quando jovens, podem ser consumidos crus e especialmente cozidos em saladas, farofas e sopas. 

Peixinho da horta (Stachys byzantina)
Dependendo da região, é conhecida como “peixinho’, “orelha-de-lebre”, “lambari” ou “sálvia”. É usada na medicina popular para acalmar tosse e irritação na garganta. Muito conhecida e saborosa, geralmente é consumida frita, empanada ou à milanesa. 

Peixinho-da-horta
Vitória-régia (Victoria amazônica)
Talvez uma das plantas mais conhecidas do público e desconhecida quando associada às PANC’s, é a vitória-régia. Sempre cercada de mitos e lendas, principalmente na região amazônica, muita gente não sabe que ela é rica em ferro e amido e sua flor, além de bonita, é comestível. E mais: sua semente quanto estourada, vira pipoca e seu talo é usado como aspargo ou palmito.

Vitória-régia


Imagens: Internet

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